quinta-feira, 31 de julho de 2014




“Fiz­me  fraco  para  os  fracos,  para  ganhar  os  fracos.  
Fiz-­me tudo para todos para, por todos os meios, chegar a salvar  alguns.” 
Paulo (1 Coríntios, 9:22) 

A incompreensão, indiscutivelmente, é assim como a treva perante a luz, entretanto, se a vocação da claridade te assinala o íntimo, prossegue combatendo as sombras, nos menores recantos de teu caminho. Não te esqueças, porém, da lei do auxílio e observa­lhe os princípios, antes da ação. Descer para ajudar é a arte divina de quantos alcançaram conscienciosamente a vida mais alta. A luz ofuscante produz a cegueira. Se as estrelas da sabedoria e do amor te povoam o coração, não humilhes quem passa sob o nevoeiro da ignorância e da maldade. Gradua as manifestações de ti mesmo para que o teu socorro não se faça destrutivo. Se a chuva alagasse indefinidamente o deserto, a pretexto de saciar­lhe a sede, e se o Sol queimasse o lago, sem medida, com a desculpa de subtrair­lhe o barro úmido, nunca teríamos clima adequado à produção de utilidades para a vida. Não te faças demasiado superior  diante dos inferiores ou  excessivamente forte perante os fracos. Das escolas não se ausentam todos os aprendizes, habilitados em massa, e sim alguns poucos cada ano. Toda mordomia reclama noção de responsabilidade, mas exige também o  senso das proporções. Conserva a energia construtiva do exemplo respeitável, mas não  olvides que a ciência de ensinar só triunfa integralmente no orientador que sabe amparar, esperar e repetir. Não clames, pois, contra a incompreensão, usando inquietude e desencanto, vinagre e fel. Há méritos celestiais naquele que desce ao pântano sem contaminar­se, na tarefa de salvação e reajustamento. O bolo de matéria densa reveste­se de Iodo, quando arremessado ao poço  lamacento, todavia, o raio de luz visita as entranhas do abismo e dele se retira sem alterar­se.Que seria de nós se Jesus não houvesse apagado a própria claridade fazendo­se à semelhança de nossa fraqueza, para que lhe testemunhássemos a missão redentora? Aprendamos com ele a descer, auxiliando sem prejuízo de nós mesmos. E, nesse sentido, não podemos esquecer a expressiva declaração de Paulo  de Tarso quando afirma que, para a vitória do bem, se fez fraco  para os fracos, fazendo­se tudo para todos, a fim de, por todos os meios, chegar a erguer alguns.

 Francisco Cândido Xavier – Emmanuel – Fonte Viva

quarta-feira, 2 de julho de 2014


EM BUSCA DO AMOR

As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas.

Esta frase, de autoria do escritor americano Norman Mailer, inspirou a cronista Martha Medeiros a escrever as seguintes linhas:

Temos a mania de achar que o amor é algo que se busca. Buscamos o amor na internet, buscamos o amor na parada de ônibus.

Como um jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto nas salas de aula, nas plateias dos teatros.

Agimos como se soubéssemos que certamente ele está por ali, como se pudéssemos sentir seu cheiro, precisando apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível, pois só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade. Mas será que é assim?

Há quem acredite que o amor é medicamento. Mas não é assim.

Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproxima, e, caso o faça, vai frustrar sua expectativa.

O amor quer ser recebido com saúde e beleza, ele não suporta a ideia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de autoestima.

Certamente você já ouviu alguém dizer: “Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu”. Claro! O amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem a si mesmas.

O amor, ao contrário do que se pensa, não tem de vir antes de tudo. Antes de estabilizar a carreira profissional, antes de fazer amigos, de viajar pelo mundo, de iniciar um relacionamento, de casar, de ter filhos, de ajudar o próximo.

Ele não é uma garantia de que, a partir de seu surgimento, tudo o mais dará certo.

Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores quando, na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir, sem máscara e sem fantasia. É esta a condição.

Felizes são aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem.

Felicidade é serenidade. Não tem nada a ver com piscinas, carros, viagens, e muito menos com príncipes e princesas encantadas.

As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas, quando, na verdade, o amor é a recompensa por você ter resolvido seus problemas.

Este raciocínio inteligente demonstra que a felicidade, ou o amor, não estão lá fora, como coisas que precisamos encontrar, mas sim em estados d`alma que devemos conquistar.

Quando Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, indaga aos Espíritos sobre onde está a felicidade neste mundo, eles respondem dizendo que com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, está na consciência tranquila e na fé no futuro.

A consciência tranquila é uma conquista do homem de bem.

A fé no futuro é uma conquista da esperança no coração do homem.
Redação do Momento Espírita, com base em texto de Martha Medeiros e no item 922, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.